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A aproximação


Existem dois tipos de bons roteiros, aqueles que só são bons e aqueles que vão ganhar prêmios. Não desmerecendo aqueles que são só bons, só acho que para ganhar um oscar é preciso mais do que apenas ser bom.

Depois de muito matutar... por 5 minutos... alcancei a iluminação. O segredo de um roteiro vencedor está na aproximação involuntária do leitor com o projeto. Como fazemos isso? Com emoções.
O leitor tem que interagir com o projeto através de emoções. Inveja, ciúmes, orgulho, compaixão, essas e outras que estou com preguiça de lembrar agora são emoções que aproximam os leitores, fazem com que eles involuntariamente se coloquem próximos ao personagem (no mesmo mundo).
Não confundir com interagir para o projeto. Um riso, um “esse cara é foda” e mais exemplos que não me surgem agora são reações a ações e não aproximam. Não que isso seja ruim, só não aproxima como pretendido nesse artigo.

Por que isso coloca o projeto um nível acima dos bons? Sei lá, bora teorizar.
Peguemos o objetivo básico de histórias em quadrinhos que é passar uma história. Agora peguemos as histórias que nos sentimos mais felizes e orgulhosos de contar... como elas começam? “teve um dia que eu...”, “a gente estava no...”, “um amigo meu...”, “o tio de um conhecido...” , perceberam? Você está sempre de alguma forma ligado a história! Uhul!
Passar uma história em quadrinhos? Estar sempre ligado nas histórias que te deixam mais orgulhosos? Aproximar o leitor involuntariamente do personagem da história em quadrinhos? ... deu para sacar? ... espero que sim, porque tentei explicar e não fui bem sucedido (ainda bem que esses textos não borram quando apago :P)

O jeito mais fácil de fazer isso é usando o personagem principal. Escolha a emoção que quer que o leitor tenha e crie um personagem que vá causa-la no leitor (tanto com sua personalidade quanto com sua jornada). Não tenha medo de jogar peculiaridades no personagem para alcançar esse objetivo (mas mantenha-o plausível).
É muita coisa para falar aqui individualmente, e não é difícil se tentar. Se coloque no mesmo lugar onde a história passa, pense como reagiria na história e o que falta para reagir com a emoção desejada. Se coloque na posição que quer colocar o leitor.

Mesmo com essa descoberta ainda acho mais importante focar na história e usar a aproximação como um bônus.
É bem mais complicado dependendo da história que criou, mas dá para adaptar (ou não, depende muito). Fora que isso é bom para expandir as fronteiras, pois geralmente os personagens que criamos para uma ideia inicial são bem genéricos. Se buscar a aproximação depois de ter criado a história é provável que tenha que pensar fora da caixa, nascendo assim um personagem com peculiaridades que terá destaque no clube dos personagens.
Outro jeito (menos eficiente creio eu) é colocar assuntos que “obriguem” os leitores a formarem opiniões. Polemicas, assuntos atuais do mundo real, fazer as pessoas se questionarem sobre um assunto peculiar que trouxe a tona, sei lá, use sua imaginação... só cuidado para não acabar com uma novela... ou não, sei lá.

Como disse antes, com ou sem a aproximação o projeto pode ser bom, mas não dá para negar, se quer que seu projeto se destaques nas bancadas de juízes ele vai precisar ir além do bom, e acredito que a aproximação seja o caminho... ou pelo menos um dos.

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